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Foto do escritorOnigiri-san

Recomendação #32 - Hataraku Saibou





Titulo: Harataku Saibou

Título Original: ゴールデンカムイ

Títulos Alternativos: Cells at Work


País: Japão

Ano: 2018

Estúdio: David Production

Temporadas: 1

Episódios: 13

Géneros: Comédia, Shounen

Faixa Etária: +13

Fonte: Mangá


Legendas: PT-BR

Áudio: JP



Sinopse: Esta é uma história sobre ti. Um conto sobre o interior do teu corpo... De acordo com um estudo recente o corpo humano é constituído por aproximadamente 37 biliões de células. Todos os dias, estas células esforçam-se muito no trabalho dentro do mundo que é o teu corpo. Desde o transporte do oxigénio pelos glóbulos vermelhos até ao combate contra as bactérias pelos glóbulos brancos, vem conhecer os heróis esquecidos e o drama que ocorre dentro de ti! A aventura extraordinária e interessante que é a vida das células!



Comentários:

Well, como mulher de ciência, assim que vi a sinopse entre os diversos animes da temporada, devo dizer que foi logo para a minha listinha de "FUTUROS ANIMES PARA VER", mas lá permaneceu até há uma semana atrás. Sim, senhor, ele ainda está bem fresquinho na minha memória!


Mas porquê agora? É o que devem estar a perguntarem-se, certo? Esta gaja está em época de frequências, devia era estar a estudar!!

Pois... Eu estudo... Estudo sim... Na véspera das frequências... Nem sei como consegui passar até agora xD É que eu sofro de uma grave Síndrome, chamada "Síndrome da Procrastinação", ou seja, vou adiar irremediavelmente tudo para a última, até o "Monstro Pânico" perceber que só falta um dia e meter juízo nesta cabeça!

Mas bem, isso agora não é importante... Vim ver este anime porque uma colega me disse "Ah e tal, já viste Cells at Work? É super bom e até fala de algumas matérias que temos de estudar para a frequência de daqui a 3 semanas! E olha estas plaquetas tão fofas! Tens mesmo de ver!"


ALA QUE SE FAZ TARDE xD

Nessa mesma noite vi tudo... Yup, ignorei as frequências que ia ter nessa semana para "estudar" para a que ia ter dali a 3 semanas. Muitíssimo inteligente.


Mas o importante aqui é que é um feito em tanto. Nunca vi um anime tão refrescante como este. Sim, é estranho dizer isto, mas é a mais pura verdade.


Primeiro, Hataraku não suaviza as coisas


A história apresentada por Hataraku não simplifica o mundo celular, na verdade tenta explicar as diferentes interações celulares, tornando tudo muito didático.


No início, até eu fiquei um pouco perdida, mas assim que comecei a associar as coisas, tudo se tornou mais simples. Claro que não se pode explicar tudo, tanto que a maioria da história se focaliza nas células sanguíneas, principalmente nos leucócitos (glóbulos brancos), pois são os mais complexos (os milhentos tipos de células são reduzidos a uma pessoa a vestir uma camisola que diz célula).


A história é fiel ao ponto de manter os nomes "verdadeiros" e científicos destes. Glóbulos brancos já não são só glóbulos brancos são neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos T, etc etc. Até a chacina que ocorre constantemente dentro do nosso corpo, graças a estas células foi completamente passada ao espectador. Estas células são mesmo sanguinárias do ponto de vista celular, são assassinas treinadas para aniquilar qualquer estranho!! Elas sacrificam-se constantemente pelo bem da sua missão, pelo bem do corpo, pelo bem das outras células! (São as minhas heroínas... T^T E é que são mesmo...)


E esta história não é mais um "Era uma vez... O corpo humano", ok??


"Era uma vez" acaba por infantilizar as coisas e apesar de apresentar uma perspetiva interessante para as crianças, não é assim tão fascinante para os mais crescidos...

Hataraku apesar de ser complexo, ao comparar as diferentes células a seres humanos que vivem como humanos, acaba por nos transmitir a informação de forma tão clara e translúcida que até nos assusta...


"Era uma vez..." tentava falar de tudo ao mesmo tempo: hormonas, células musculares, gâmetas, células respiratórias, etc, etc, logo era impossível explicar tudo com tanto pormenor como Hataraku consegue, ao focar-se nas células sanguíneas.


Além disso, toca em temas delicados


Sim, este anime toca em temas delicados como o "quase" cancro. E digo-vos que o faz de uma perspetiva tão inovadora que até me deixou emocionada com as células cancerígenas! Foi muito grave... Eu fiquei emocionada com um bando de anarquistas, monopolizadoras que desejam o fim do mundo (de mim)!!

WHAT THE HELL IS WRONG WITH ME?!


Contudo, para mim, o tema mais delicado de sempre são as doenças autoimunes e isso foi algo que eu só percebi ao ver este anime... Depois de verem todas estas aventuras e desventuras, imaginem as protetoras do nosso corpo, aniquilarem células normais, ou melhor, civis!! Felizmente, não trataram desse tema, porque eu não queria ver isso... É triste demais...


E finalmente, mas não menos importante, faz-nos refletir


Aqui é apresentada uma forma de sentir as coisas que até ao momento era inédita para mim. Ao ver as células representadas como pessoas pude sentir a agonia que é ter uma febre, ou uma apanhar uma insolação. Até um mero arranhão se torna uma coisa arrasadora. O desespero que é tentar oxigenar o máximo de células que se pode, mas mesmo assim vê-las a morrer uma após outra, de sentir a temperatura a descer até quase ser impossível de se mexer...

Até mesmo tocou nos efeitos nefastos que os medicamentos podem ter...


Todos os dias, biliões de células coexistem para nos manter saudáveis, para eliminar os agressores, para nos oxigenar, para nos alimentar, para tudo! E nós só pensamos em nós como individuo... Às vezes penso que o verdadeiro monopolizador é o cérebro... Quer dizer, escraviza um bandulho de células capazes de dar a vida por ele, sim, porque em situações arrasadoras é tudo "EVERYTHING FOR THE BRAIN'S SAKE" e depois o gajo ainda tem o desplante de cometer quase genocídio só porque certas coisas são agradáveis. Comida com pouco sal, sabe mal, que se lixe o colesterol! Ah, este bolinho tem tão bom aspeto, vamos lá comê-lo, quem quer saber de diabetes. Oh, a bebida é ótima para esquecer as coisas, vamos beber até esquecer. Eh, estava-me mesmo a apetecer um cigarrinho, só um não faz mal. DAFUQ?!


P.S: Perdoem-me a linguagem... xD Infelizmente também cometo erros (dos que referi só o sal e o açúcar, não bebo, nem fumo)... Mas estou a tentar mudar.


Aqui deixo dois AMV's que gostei e acho que mostram como são as coisas, espero que vejam também, porque vale a pena, palavra de Onigiri-san ;b



AMV 1:


AMV 2:


Honestamente também adorei este video, está em espanhol, mas acho que está muito interessante. Fala de vários factos e curiosidades sobre Hataraku, alguns até que nos passam despercebidos :)


Oh! E não nos podemos esquecer dos Spinn-offs!!


Hataraku Saibou é a perspetiva saudável da coisa. Aquilo com todos nós lutamos no dia-a-dia, ou seja, a nossa resposta às coisas quando temos um corpo saudável. Mas na verdade, também há a "dark version". Hataraku Saibou BLACK trata de como as coisas são num corpo doente e com maus hábitos.




O nome já dá uma pista. O ambiente de trabalho naquele corpo é dos mais negros que pode haver e trabalha de literalmente toda a parte negra que Hataraku acaba por deixar um pouco de parte, desde bebedeiras à impotência sexual ou mesmo enfartes. Estas duas obras complementam-se, por isso quem quiser ler uma também devia ler a outra.


Acreditem que a mudança de demografia é efetivamente necessária (Hataraku Saibou é Shounen e o Balck passa a ser Seinen). Primeiro há umas certas células fica bem mais "abastadas" (o próprio guião tem um poquito de ecchi (1) (2) eheh) se é que me entendem... Além disso, não, não é bem um cross-over em que as células só mudam de género. Neste caso, o que acontece é que abordamos outro corpo e como cada corpo é único as coisas mudam (apesar de haverem certas referências ao original). É claro que o foco da história continuam a ser um glóbulo vermelho e um branco, só que são totalmente distintos dos originais. Mas continuando com a mudança de demografia, acho que o principal motivo é por mostrar uma realidade ainda mais dura que o original. Uma realidade que infelizmente é verdadeira para alguns. Uma realidade stressante, que dificulta o trabalho das células ao máximo... Lembram-se de ter dito que o anime me fazia refletir? Então de BLACK nem se fala.


O mangá de Hataraku começou a ser publicado em 2014, mas para além do BLACK, também conta com outros spinn-offs como Hataraku Saikin, que conta a história do dinâmico equilíbrio entre células e bactérias intestinais, ou Hatarakanai Saibou, que se foca nos eritroblastos (glóbulos vermelhos imaturos).


Até à próxima,

Onigiri-san


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